quinta-feira, julho 26, 2007


Faço parte daquele grupo de pessoas que gosta de rememorar momentos, amigos, situações... Tudo está tão intimamente ligado!
A Vida sem memórias deve ser muito vazia!
Há dias assim. Quando o céu se acinzenta de nuvens, é trigo limpo que a minha disposição também se transforma.
Umas vezes de angústia profunda de mão dada com a saudade de quem partiu mas continua viva no meu coração. E que angústia, que saudade me aperta o coração de cada vez que o pensamento me leva vezes sem fim à minha filha Sandra!
Outras tantas é a saudade dos amigos que desde há muito fazem parte do meu universo desde há muito, muito tempo...
E nessas alturas, que bom poder pegar no telefone e ligar para o outro lado do Mundo e matar as saudades!

segunda-feira, julho 23, 2007


Esta manhã atravessámos para o lado norte de Comoro. Nem parece que passou um ano, a praia de Bebonuk surge em todo o seu esplendor!
As crianças nem dão pela temperatura quente do areal, animadas com o jogo da bola, rindo descontraidamente. Um pouco mais atrás, mãe-búfala protege o filhote enquanto rumina a erva verdinhaque lhe serviu de refeição...
Uns quantos beiros sem pescador jazem na praia.
Tranquilidade, as ondas do mar batem ao de leve na areia como ao de leve sopra a brisa... Uummm, Timor! Tão belo!!! Tão paradisíaco!
E nós deliciámo-nos com um bom banho de mar, um sumo fresco de melancia e muita conversa com os jovens do bairro que fica por detrás do coqueiral.
A situação política, a vontade de trabalhar ,
a necessidade de paz e o futuro da Nação...
Esta noite, quando soube que havia problemas na cidade, falei de mim para mim " Não bate a bota com a perdigota..."

quinta-feira, julho 19, 2007


Em tempo de seca, a ribeira de Comoro não assusta ninguém. Está seca e a areia acumulada durante a época das chuvas é retirada do seu leito por algumas pessoas que fazem da apanha da areia o seu modo de vida.
Lá mais para baixo, próximo da foz - não se vê da foto - há uma ponte.
Antes da ponte construída no tempo da ocupação indonésia em substituição de uma outra do tempo português, no tempo das chuvas era uma emoção sempre que se queria passar para o outro lado e a ribeira não "dava" passagem, obrigando a que ficássemos retidos de um ou de outro lado da margem.
Eu e os meus irmãos adorávamos o que considerávamos ser uma verdadeira aventura! Hoje, tudo é diferente. E a água que enche a ribeira de margem a margem passa veloz, rumo ao mar, sem ninguém lhe achar a miníma piada! É como na Vida. Há quem passe por ela sem a saborear...


segunda-feira, julho 16, 2007


Beiro à deriva...
ao abandono,
esquecido
sem timoneiro
O mar é de cinza,
o céu está nublado.

Espera-se...

domingo, julho 15, 2007


Durante muitos anos, obriguei-me a rigorosa contenção em tudo quanto dizia respeito a Timor ocupado. Por óbvias razões.
Com a independência, pensei que esse mau bocado fazia definitivamente parte de um passado bem enterrado. Mas eis-me, em 2007, obrigada a novo exercício de contenção.
No blog do lado, escrevi que o silêncio é de ouro. E eu, que tanto gosto da palavra, arrumei-a num canto, não fosse ser tentada a deixar que os dedos deslizassem pelo teclado e escolhessem inadvertidamente letras que formassem palavras e estas transmitissem ideias que pudessem provocar reacções desagradáveis a quem delas não gostasse...
Por isso tenho mantido prudente contenção.
Só que, às vezes, dá-me cá uma vontade de desbobinar o que sinto que nem se faz ideia!
Em todo o caso, mais vale manter a contenção. A situação continua a exigir que todos tenhamos os pés bem assentes na terra e a cabeça no lugar.
Vou fazer por isso!

segunda-feira, julho 09, 2007


Um dia destes, volto.
Sem angústias
Sem males
Sem dor
Para dois dedos de conversa...