quinta-feira, agosto 23, 2007


Não sou lá muito boa jardineira mas adoro olhar para o meu jardim e contemplar as flores, as dezenas de plantas de cores várias, as árvores em diversos tons de verde!
Tenho buganvílias, ibiscos, orquídeas selvagens, outras de jardim... e tenho um vaso com hortênsias, oferta dos meus sobrinhos Tininha e Hélder. Lindas! Não costumam dar-se em terras quentes mas as que tenho estão tão bonitas! Aprendi que são originárias da Ásia e que “As cores das flores de hortênsias variam conforme o pH do solo em que são cultivadas... Em solos alcalinos as flores tornam-se róseas.”
Quando olho para a variedade da vegetação, é impossível não a aliar à facilidade com que tudo nasce e cresce em Timor. Deita-se uma semente e daí a pouco está transformada numa bela planta!
Mas, se assim é com flores e plantas, o mesmo se passa também com os afectos e, infelizmente, também, com os ódios...

quarta-feira, agosto 22, 2007


Em momento de saudade de um grupo de amigas – Ivone, Anabela, Leonor, Ana C.P - e porque a distância não nos deixa conversar enquanto nos banqueteamos com os nossos petiscos, envio-lhes uma flor do meu jardim!
Não mata as saudades mas é a manifestação da minha amizade e sempre dá para descansar os olhos...
E respondendo à provocação da Anabela, acerca do vermelho, nem ponho os apelidos de duas das brilhantes amigas porque ninguém entenderia
tanta amizade entre pessoas com orientações políticas tão diferentes!

segunda-feira, agosto 20, 2007

Há hábitos alimentares que não se perdem. Por exemplo, adoro acompanhar a comida com piri-priri. Aqui em Timor dá-se-lhe o nome de ai-manas e, à mesa do timorense, tem de haver sempre um pratinho com o dito cujo, pronto a ser colocado à beira do prato e, pouco a pouco, garfada a garfada, adicionado à comida.
Quem não gosta ou não está habituado acha que a comida perde sabor. Mas os amantes do ai-manas, fresco ou de conserva, garantem precisamente o contrário: o piri-piri realça o sabor da comida.
Gosto de ir ao meu quintal apanhá-lo fresquinho. Tem um sabor muito particular. Mas também gosto de ai-amanas com bilimbe (fruto muito ácido que nasce do tronco de uma árvore) ou limão em conserva, com muito alho e ruku (erva aromática do tipo do alecrim).
Sem ser para comer e salientar o sabor da comida, o piri-piri deveria servir
como forma de castigar os que falam de mais, de cor, os que não sabem o que dizem ou falam apenas para se ouvirem...
É que às vezes ouve-se tanta baboseira que só apetece encher-lhes (aos que tagarelam) a boca com piri-piri para os obrigar a manterem-se em silêncio, de boca fechada... pode bem ser que, pelo menos enquanto dura o efeito do picante, consigam reflectir, pensar antes de falar...

domingo, agosto 12, 2007


Não é só a situação que se vive em Timor que me traz apreensiva. Desta vez, estou preocupada com o meu irmão João que está doente. Mal chegou a Pequim, onde deveria participar em algumas reuniões do Comité Olímpico, foi internado e está no hospital há mais de uma semana.
Ontem, dia dos seus 62 anos, só consegui falar-lhe já a noite ia bem alta.
O João é um homem que adora viver, mas esquece-se amiúde de que a saúde está em primeiro lugar!
A família está preocupada. Mesmo que, através do telefone, ele nos diga que está quase bom, andamos com o coração apertadinho porque conhecendo-o bem, sabemos que só mesmo sentindo-se muito doente se deixou internar...
A Rosinha, minha cunhada, amanhã já estará com ele. Acho que vai fazer-lhe bem ter a companhia da mulher!
Entretanto, aqui fica um beijinho para o meu irmão João, com a esperança de que a saúde volte depressa e o traga de novo a Timor...

terça-feira, agosto 07, 2007


Junto à praia de Bebonuk - de que já aqui postei uma fotografia - há este campo verde onde os moradores deixam o gado.
A mãe- búfala andava enamorada do filhotinho (que está encostado ao tronco do coqueiro), lambia-o, lançava-lhe o bafo quente para as suas constinhas, enchia-o de mimo, num umm, umm de mãe-búfala atenta e... apareço eu, de máquina em punho, a estragar aquele momento de intimidade, de ternura maternal!
A búfala não gostou, pois claro! E, vai daí, antes mesmo de disparar a foto, virou-me as costas, que é como quem diz, o rabo...

domingo, agosto 05, 2007


Tenho um jardim florido, arborizado, cuidadosamente tratado.
Estas flores, de que desconheço o nome, são provenientes da Austrália e dão-se lindamente em Díli. As suas pétalas, ou melhor, o néctar das suas pétalas, é sugado lá bem no fundo por abelhas pequenas e grandes que saltitam de pétala em pétala.
Com o ambiente tão amargo haja alguma criatura de Deus que viva a vida só com doçura!

quarta-feira, agosto 01, 2007


É acolhedora, fresca… sabe-me sentar nestas cadeiras da minha varanda. Ali contemplo as plantas do meu jardim, bebo um café, converso reflicto sobre a vida e a morte, a saudade, o amor… Mas também sobre a fugacidade do Poder – tão efémero! - e sobre a vanidade da ambição do homem...